"Ativistas vão às ruas criticar o `pouco caso` do Governo com a epidemia de Aids no País"



30/08/2012-13h45

Ativistas e representantes de pessoas que vivem com HIV e Aids reunidos em São Paulo para os Congressos e Fóruns de Prevenção em DST, Aids e Hepatites Virais foram às ruas nesta quinta feira, 30 de agosto, para denunciar o que eles definem como "pouco caso" dos governantes com a epidemia de Aids no País.

Na praça do Patriarca, no centro de São Paulo, eles exibiram cartazes criticando a falta de medicamentos, as unidades lotadas que não recebem mais novos pacientes com HIV, o sucateamento de alguns serviços de saúde e falta de conselhos gestores nos hospitais do governo de São Paulo.

O presidente do Fórum de ONGs/Aids do estado de São Paulo, Rodrigo Pinheiro, afirmou que o principal objetivo da ação é sensibilizar a população e o governo quanto ao declínio da resposta à aids no Brasil. “Não estamos deitados em berços esplêndidos”, afirmou.

Jorge Beloqui, professor e integrante do GIV (Grupo de Incentivo à Vida), destacou a ameaça de fechamento de leitos do CRT (Centro de Referência de Aids) e a rejeição do governo de discutir o tratamento como prevenção do HIV. Além disso, afirmou que os profissionais de saúde que são afastados por aposentadoria não são substituídos, o que faz com que falte médicos e enfermeiros para o atendimento. 

A preocupação com o retrocesso dos tratamentos da América latina foi exposta por uma representante do Movimento Latino-americano e do Caribe de Mulheres Positivas. Segundo ela, o declínio da resposta brasileira pode acabar prejudicando e influenciando a dos países vizinhos. “A saúde não é comércio. É um direito humano”, afirmou.

Representantes de Minas Gerais e Pernambuco também estavam no ato representando o movimento social dos seus estados.

O protesto integra uma série de manifestações que vêm ocorrendo desde o início desta semana para reforçar os retrocessos nacionais contra a epidemia.

Ana Alkmim

Fonte: Lista virtual Fonaids